terça-feira, 18 de agosto de 2009

Algo simples

Regressei de férias. Soube-me bem parar, embora por dentro não tenha parado um único minuto. Às vezes fazia um esforço para tentar parar, acalmar a mente. Mas em vão. Acho que toda a minha vida passou à minha frente. Acho que analisei tudo. Conclusões? Nenhuma em especial. Vontade de fugir, vontade de ficar, ressentimento, esperança, ódio, amor, compreensão, ciúme, enfim, de tudo um pouco. Sinto que como está, e refiro-me à minha situação com o meu companheiro, as coisas não podem prolongar-se muito mais tempo. É demasiado pesada a inactividade dele, eu ter sempre que carregar tudo, decidir tudo, viver tudo pelos dois. Depois, já não sou uma menina, já conheci muita gente e sei o que a vida tem para oferecer. Não há muito melhor. Se não é por uma coisa, é por outra. Estou a ter muitas dificuldades em resignar-me, aceitar, aceitar que a vida é assim. Reconheço os meus progressos, mas são tão lentos. A questão da infertilidade veio piorar tudo. Veio cair numa relação que de si já tinha muitas fragilidades. Muitas feridas expostas. Muita exigência de compreensão, tempo e paciência. Talvez seja mesmo só feita disso. Sei que recebo. E tenho recebido bastante. Mas existem falhas em áreas centrais, que são dificeis de esquecer, assobiar para o lado. Às vezes penso que um bebé era a pedra toque para equilibrar o prato na balança. Dar algum sentido e justiça à vida. Pôr-me a mim a receber, para variar. Neste momento na minha vida já não peço a relação perfeita, peço apenas algo simples: ter 1 filho.

1 comentários:

Susana Pina disse...

Tocou-me profundamente este teu post. Entendo-te muito bem, é só o que tenho para dizer.
Deixo-te um bj cheio de força
Susana



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