terça-feira, 16 de junho de 2009

"Eles não sabem que o sonho..."

Os dias de tratamento vão passando. Esta parte não custa, não existe nenhum efeito secundário. As emoções é que são mais difíceis de viver. Será que vou conseguir? Vem aí mais uma desilusão? Ontem no trabalho apareceu uma nova colega. Sentou-se na secretária ao lado da minha e quando cheguei, já ela estava sentada. Comecei a trabalhar e a certa altura ouço a sua conversa com outra colega. Está grávida. Pela primeira vez fiquei incomodada. Não me impressionam os bebés, as grávidas, a conversa dos filhos. Genuinamente. Mas sentir que vou ser confrontada todos os dias com essa realidade, fez-me impressão. Parece que a minha limitação para ter filhos ficou mais evidente, mais realçada, naquela pessoa em concreto. Mais doeu quando disse ser já o terceiro filho. Não é fácil. Ontem, eu e o meu companheiro brincamos a calcular o mês de nascimento. Sinto tanta reserva em mim e nele quando se fala deste assunto. Tanto peso no coração. Sinto que eu e ele precisávamos muito deste acontecimento para fortalecer a nossa relação, para acreditar que o sonho é possível.

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