Ontem fiz a transferência de dois embriões top. Foi um dia magnífico por muitas razões. Em primeiro lugar porque soubemos que o resultado da fertilização tinha sido qualitativamente superior à nossa primeira tentativa. Na primeira tentativa de FIV a qualidade dos embriões foi fraca. Assim, nesta segunda tentativa, mudou-se a medicação do ciclo de estimulação, com excelentes resultados. Também, o meu companheiro fez a sua medicação por mais tempo, o que teve bons resultados também. Conseguimos dois embriões top, que foram transferidos e congelamos dois, o que na primeira vez nem sequer tinha sucedido. A forma como o ciclo decorreu foi também, e de forma abismal, totalmente diferente. Os ovários responderam com moderação e passei bem o tempo todo. Fizeram-se algumas alterações que também ajudaram a melhorar a resposta à seguir à punção. O meu corpo ficou "normal", sem todos os problemas nos intestinos, quebras de tensão e hipoglicémia que me acompanhou da primeira vez. A mudança, e sobretudo termos sido actores na mudança, soube muito bem. E depois, tomamos conta do "exterior". Ambiente tranquilo, nada de stress ou pressões, seja de que ordem for, despensa cheia de petiscos (saudáveis, claro!), enfim, um conjunto de circunstâncias que ajudaram a acalmar e a viver cada passo e cada momento com muita tranquilidade.
Ontem, quando me deitei na cama a repousar da transferência, senti uma enorme sensação de felicidade. É possível avançar, melhorar, fazer diferente, ser mais feliz em tudo isto. Desta vez vivi o processo todo com uma energia, paz e mesmo prazer, totalmente diferentes. Recordo o dia da punção. Sentia vontade de a fazer. Pressa em lá estar. Não porque me sentisse mal fisicamente e quissesse acabar com, mas sim porque dentro de mim sentia as diferentes etapas como fazendo parte do mesmo milagre e, por isso, vivê-las era um prazer. O meu companheiro - é um querido! - diz que "sou um espanto, não me queixo de nada". Senti-me, de facto, (devo confessá-lo) muito, mas muito orgulhosa de mim mesma. Também estes são momentos de auto-reconhecimento, das nossas capacidades, da forma como sentimos e olhamos o mundo. Um dia magnífico... sem dúvida.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
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